O debate sobre sustentabilidade no campo ganhou força nas últimas décadas, e segundo o empresário e fundador, Aldo Vendramin, ele é central para o futuro do agronegócio brasileiro. Mais do que responder se o agro é ou não sustentável, a questão é entender quais práticas aproximam a produção rural de um modelo de baixo impacto ambiental, socialmente responsável e economicamente viável.
Venha neste artigo compreender as práticas que vem fazendo o agro ser reconhecido como uma prática sustentável e quais práticas podem fazer seu negócio ser reconhecido como um negócio em crescimento e embasado nas certificações verdes.
A sustentabilidade além dos rótulos
Conforme o senhor Aldo Vendramin, falar em sustentabilidade no agro exige fugir de generalizações. Existem propriedades que são altamente tecnificadas, com gestão de solo, água e resíduos de maneira exemplar, ao lado de áreas onde ainda há desmatamento irregular, uso inadequado de insumos e falta de planejamento. O setor é diverso, e é justamente por isso que as boas práticas precisam ser reconhecidas, valorizadas e difundidas.
Sustentabilidade, nesse contexto, significa produzir alimentos, fibras e energia sem comprometer a capacidade das próximas gerações de fazer o mesmo. Isso envolve preservar o solo, proteger as nascentes, respeitar áreas de preservação permanente, cuidar do bem-estar animal e garantir condições dignas de trabalho para todos os envolvidos na cadeia produtiva.

Práticas que aproximam o agro de um modelo sustentável
A adoção de tecnologias de manejo é um dos pilares da produção sustentável, o plantio direto, rotação de culturas, integração lavoura-pecuária-floresta, uso de biofertilizantes e monitoramento climático são exemplos de ferramentas que reduzem impactos e aumentam a eficiência.
A agricultura de precisão, com o uso de sensores, drones e mapas de fertilidade, permite aplicar insumos somente onde é necessário, na quantidade correta. Isso diminui desperdícios, reduz emissões e preserva recursos naturais. Sistemas de irrigação mais eficientes, como gotejamento e pivôs controlados digitalmente, evitam o uso excessivo de água.
Outro aspecto importante é a recuperação de áreas degradadas, como elucida Aldo Vendramin, programas de recomposição de vegetação nativa, adequação de reserva legal e proteção de nascentes mostram que é possível conciliar produção com conservação, especialmente quando há planejamento de longo prazo.
Responsabilidade social e bem-estar nas comunidades rurais
Sustentabilidade também passa pelas pessoas, visto que de acordo com os especialistas, uma fazenda sustentável é aquela que cuida de quem trabalha nela e de quem vive ao seu redor. Isso inclui condições de trabalho seguras, remuneração justa, acesso a equipamentos de proteção, moradia adequada e oportunidades de capacitação.
A presença do agronegócio em muitas regiões do país garante renda, movimenta o comércio local e contribui para a infraestrutura de estradas, energia e conectividade, informa o senhor Aldo Vendramin. Quando essa relação é construída com diálogo e responsabilidade, o agro se torna um agente de desenvolvimento regional, fortalecendo escolas, serviços de saúde e iniciativas comunitárias.
O bem-estar animal é outro ponto de atenção crescente. Manejo adequado, instalações confortáveis, alimentação de qualidade e respeito às necessidades de cada espécie fazem parte de uma agenda moderna de produção responsável.
Gestão de riscos, rastreabilidade e exigências do mercado
Assim como pontua o empresário Aldo Vendramin, o mercado consumidor está cada vez mais atento à origem dos produtos. Grandes redes de varejo, indústrias e compradores internacionais exigem rastreabilidade, comprovação de boas práticas ambientais e cumprimento da legislação trabalhista. Isso tem pressionado o setor a investir em certificações, auditorias e sistemas de monitoramento.
Ferramentas digitais de gestão de fazendas, cadastros ambientais e aplicativos que integram dados de clima, solo e produção ajudam o produtor a organizar informações e comprovar conformidade. Essa transparência fortalece a imagem do setor e abre portas para mercados mais exigentes e melhor remunerados.
Além disso, políticas públicas e linhas de crédito específicas para práticas sustentáveis, como o uso de energias renováveis e a adoção de tecnologias de baixo carbono, reforçam o movimento em direção a um agro mais responsável.
Então, o agro é sustentável?
A resposta honesta é: o agro pode ser sustentável, e em muitos casos já está caminhando nessa direção, mas como resume Aldo Vendramin, o desafio não é rotular o setor como vilão ou herói, mas ampliar o número de propriedades que adotam boas práticas e reduzir, de forma consistente, os impactos negativos.
Quando o produtor rural assume a sustentabilidade como parte da estratégia do negócio, ela deixa de ser um discurso e se transforma em diferencial competitivo. Produzir com responsabilidade melhora o acesso a mercados, reduz riscos, fortalece a reputação e contribui para a segurança alimentar do país e do mundo.
O futuro do agronegócio brasileiro passa por esse equilíbrio: alta produtividade com respeito ao meio ambiente, às pessoas e ao território. Nesse caminho, a sustentabilidade deixa de ser uma pergunta e se torna um compromisso diário.
Autor: Dmitry Smirnov
